Nota: as frases em parênteses referem-se a pensamentos. Em aspas, falas.
18:30
O supermecado, que costuma ser um sítio agradável, está abarrotado de pessoas. Bem, é sair na chuva e não querer se molhar.
Pulando as partes chatas de: esbarrar nos outros e ter que pedir desculpas; crianças mal-criadas gritando; Idosas perguntando o preço de produtos e ter que escutar problemas de estranhos na fila quilométrica, chegou ao caixa.
Era uma jovem bem maquiada. Cabelos pretos presos e olhos de peixe morto com olheiras. Apresentável até mesmo para um caixa de supermercado.
"Boa noite, senhor. Cartão da loja?"
Seria a rotineira e chata pergunta, se não fosse pelo fato de que a voz da simpática caixa ser extremamente normal.
"Não." (Quantas vezes terei que repetir...)
"Trinta e dois reais e quarenta e quatro centavos."
"Débito." (Idiota... eu sei ler...)
"Sabe, hoje é meu último dia aqui. Vou ser transferida para outra unidade..."
(Sim, e o que tenho haver com isso?) "Hmm... sério?"
"Sério..."
(Já não basta na fila? E agora no caixa... bah...) "Então... Chey...anne, achaste melhor ou pior?" (Que nome!)
"Hã? Como sabe meu nome? Ah... o crachá..."
(Idiota...)
"Bem, não queria sair daqui... mas fazer o que?"
"Longe de casa?"
"Não, mais perto..."
"Salário menor?"
"Não, maior... Pode retirar o cartão."
"Ah, obrigado. Então..."
"Eu não sei..."
(Hmmm... respostas interessantes... parece ser interessante... mais um pouco e descubro onde mora e o telefone. Pode ser que me sirva depois. O que? Mas o que...?? Estás maluco??) "Bem, Cheyanne, boa sorte no novo lugar."
"Obrigado pela atenção. Boa noite."
O que essas pessoas tem em comum? Não era a primeira vez que vinham se "confessar" a ele. Claro, não se achava especial por isso, muito pelo contrário, seria a pessoa menos indicada para ouvir outras. Odiava, mas faz parte das convenções sociais...
Na saída, viu um bar cheio de pessoas e agradeceu por ter ido ao um supermercado cheio de pessoas.
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