quarta-feira, 24 de junho de 2009

Chegada

Dormira todo o caminho. A poltrona não era das mais confortáveis, mas o cansaço a transformou em cama. Retirou o relógio do bolso esquerdo e rapidamente fez os cálculos: chegaria em poucos minutos. Para sua surpresa foi bem antes do que imaginava. Nariz, ouvidos, pele. Todos os sentidos, em uma sinfonia de de cores, denunciaram a chegada imprevista (embora metódico, adorava surpresas). O ar penetrou em suas narinas trazendo o velho aroma da terra molhada. O som dos galhos das árvores, do canto pássaros fizeram o estribo, o martelo e a bigorna pulsarem. O frio - ah, o frio! Há tempos não sentia frio! - soprou gelado fazendo todos os poros de sua tez arrepiarem. Os olhos... conseguiu lembrar a localização exata de cada paralelepípedo, a cor de cada casa. As nuvens altas e pomposas pareciam dar asboas-vindas. Era ali onde ele queria estar.

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