quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Ana

Três letras, duas sílabas.
Um nome comum.
Talvez esta descrição fosse perfeita para ela: curta, direta, comum.
Mas não um comum qualquer. Um comum difícil de encontrar hoje em dia.
Não falava de aparência, por sinal bastante comum: tez morena, curvas acentuadas e volumosas. Estatura média, olhos escuros, cabelos escuros, boca miúda.
Era a incomum forma como ela tirava o cabelo que caía em seus olhos quando falava.

Talvez ela mesma nem se desse conta.

Uma tira de cabelo inconscientemente separada das demais, especialmente designada para tal função.

Repousar suavemente na frente daqueles olhos comuns, para ser suavemente reposta ao lugar de origem por aquelas mãos comuns, enquanto a boca comum pronunciava palavras de desilusão e confiança.

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